BiblioBeiriz

Serviços de Biblioteca – Agrupamento de Escolas Campo Aberto – Escola E.B. 2/3 de Beiriz

Archive for the ‘Maria Keil’ Category

A Nau Catrineta – versão de Aquilino Ribeiro

Posted by MDLR em Setembro 13, 2017

Aquilino Ribeiro nasceu a 13 de setembro de 1885.

Na Biblioteca, podes ficar a conhecer alguns dos seus livros na nossa primeira exposição bibliográfica do ano. O Livro de Marianinha– de onde foi retirado este poema, dedicou-o o autor à sua primeira neta. Foi publicado em 1967, já após o falecimento do escritor em 1963.

Para saber mais sobre este último livro de Aquilino Ribeiro ver aqui (webfolio)
naucatrineta_marialkeil

«Lá vem a nau Catrineta
velas rotas a trapejar …
ouvide agora, senhores,
sua história de pasmar
como vem na Carónica de Espana,
limpa de mito e patranha.

Havia mais de ano e dia
que erravam na volta do mar,
já não tinham que beber,
já não tinham que manjar.

Deitariam solas de molho
se as pudessem tragar,
mas sola de sapato velho
nem para rato é de rilhar.

Apanharam quantas migalhinhas
havia nas frinchas do comedor,
e beberam o orvalho
que vem do céu com o alvor

Pior foi que a procela
deu sobre eles a matar,
saltou bússola, saltou bitácula,
tudo varrido pelo mar.

As vagas eram tão grossas
que ninguém se podia aguentar
na tolda, para tomar rumo
tomar rumo ou timonar.

Mastro grande estava intacto
mas quem lá podia subir?
-Toca à forma, mestre, toca!
Eia, marujinhos, reunir!. ..
Quem for capaz de a vida jogar
trepe àquele mastro real.
Se vir montes de Espanha
ou colina de Portugal
terá alvíssaras sem par! []» 

in O Livro de Marianinha (1967)

Aquilino Ribeiro (Sernancelhe, Carregal, 13 de setembro de 1885 — Lisboa, 27 de maio de 1963)

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“Loas à Chuva e ao Vento”- Matilde Rosa Araújo

Posted by MDLR em Janeiro 10, 2016

loas_a_chuva_ao_vento

Ilustração de Maria Keil

Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue…Pingue…Pingue…
Vu…Vu…Vu…

Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue…Pingue…Pingue…
Vu…Vu…Vu…

Ó vento que vais,
Vai devagarinho.
Ó chuva que cais,

Mas cai de mansinho.
Pingue…Pingue…
Vu…Vu…

Muito de mansinho
Em meu coração.
Já não tenho lenha,
Nem tenho carvão…
Pingue…Pingue…
Vu…Vu…

Que canto tão frio
Que canto tão terno,
O canto da água,
O canto do Inverno…
Pingue…

Que triste lamento,
Embora tão terno,
O canto do vento,
O canto do Inverno…
Vu…

E os pássaros cantam
E as nuvens levantam!

Matilde Rosa Araújo, in O Livro da Tila

Imagem: páginas 46 e 47  do livro As cancõezinhas da Tila ilustrações de  Maria Keil (Porto: Civilização, 1998) . Este livro contem um CD dos poemas musicados por Fernão Lopes Graça e cantadas pela grupo infantil “Os Gambozinos”, sob a direção de Susana Ralha (Porto: Civilização, 1998) >
Ouvir a interpretação deste poema musicado AQUI.

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Noite dos Reis

Posted by MDLR em Janeiro 6, 2013

reis_magos_sophia_keil-sm«[…] Parou a escutar. O barulho dos passos aproximava-se. Até que viu surgir entre os pinheiros um vulto muito alto que vinha caminhando ao seu encontro.  «Será um ladrão?», pensou.
— Boa noite — disse Joana.
— Boa noite — disse o rei — Como te chamas?
— Eu, Joana — disse ela.
— Eu chamo-me Melchior — disse o rei. E perguntou:
— Onde vais sozinha a esta hora da noite?
— Vou com a estrela — disse ela.
— Também eu — disse o rei, também eu vou com a estrela.
E juntos seguiram através do pinhal.
E de novo Joana ouviu passos. E um vulto surgiu entre as sombras da noite. Tinha na cabeça uma coroa de brilhantes e dos seus ombros caía um grande manto vermelho coberto de muitas esmeraldas e safiras.
— Boa noite — disse ela. — Chamo-me Joana e vou com a estrela.
— Também eu — disse o rei —, também eu vou com a estrela e o meu nome é Gaspar.
E seguiram juntos através dos pinhais.
E mais uma vez Joana ouviu um barulho de passos e um terceiro vulto surgiu entre as sombras azuis e os pinheiros escuros.
Tinha na cabeça um turbante branco e dos seus ombros caía um longo manto verde bordado de pérolas. A sua cara era preta.
— Boa noite — disse ela. — 0 meu nome é Joana. E vamos com a estrela.
— Também eu — disse o rei — caminho com a estrela e o meu nome é Baltasar.
E juntos seguiram os quatro através da noite.
Já quase no fundo dos pinhais viram ao longe uma claridade E sobre essa claridade a estrela parou. E continuaram a caminhar. (…)» (texto com ilustrações da última edição aqui)

Ilustrações de Maria Keil  para a 1ª edição de A Noite de Natal de Sophia de Mello Breyner Andresen (Edições Ática, 1959)

(fotos e a composição são de minha autoria e só o refiro para não se pensar que as tirei de algum lado)

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Maria Keil- In memoriam

Posted by MDLR em Junho 10, 2012

MK faleceu hoje

«(…) Maria fica sempre fora de todos os discursos.
Há algo de imponderável, de não tocável ou que possa ser descrito na pessoa física, na personalidade tão rara de Maria Keil.
E, contudo, como os seus pés frágeis estão bem assentes na terra, como o seu espírito crítico tão agudo, enriquecido pela lâmina fina do humor, olha o Mundo – Mundo mais belo e justo se fosse cumprido o seu sonho.
Maria (que tesouro tê-la como amiga há tantos anos!) nunca envelheceu. É aquela Menina sempre criança, que tem a sabedoria de muitos anos e a humildade digna de um ser humano que recusa ser importante, consciente do Bem e do Belo que lhe são intrínsecos.
Por vezes, penso na Maria e tenho, junto de mim, uma ave, leve, de asas luminosas que, naquele instante, está emigrada para muito longe. Só.
E na solidão procurada, chora.
Depois, volta e sorri. Ri. Dá aquelas gargalhadas fininhas, como só Maria sabe dar. (…)
Maria, obrigada de todo o coração.
Encontrar seu voo em livros meus foi, para mim, um raro presente da vida que a sua generosidade nunca me recusou. (…)»  Matilde Rosa Araújo, aqui

Fonte da imagem -ilustração de Maria Keil para O Cantar da Tila de Matilde Rosa Araújo (1967)

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Na nossa BE temos os seguintes livros com a marca de Maria Keil
(ordenação cronológica por data de edição, via BN):

  • Os presentes / Maria Keil. Lisboa : Livros Horizonte, 1979.  Ler livro no Cata Livros
  • Lote 12, 2o frente / Alice Vieira ; il. Maria Keil. 2a ed. Lisboa : Caminho, 1983.
  • O gato dourado / Matilde Rosa Araújo ; il. Maria Keil. Lisboa : Horizonte, 1985.
  • O palhaço verde : novela infantil / Matilde Rosa Araújo ; il. Maria Keil. 5a ed. Lisboa : Livros Horizonte, 1995.
  • O livro de Marianinha : lengalengas e toadilhas em prosa rimada / Aquilino Ribeiro ; il. Maria Keil. 2a ed. Venda Nova : Bertrand, 1993.
  • A abelha Zulmira / Teresa Balté ; il. Maria Keil. 3a ed. Porto : Asa, 1998
  • As cançõezinhas da Tila / textos Matilde Rosa Araújo ; il. Maria Keil ; partituras Fernando Lopes Graça. 1a ed. Porto : Civilização, 1998.
  • Segredos e brinquedos / Matilde Rosa Araújo ; il. Maria Keil. Lisboa : Caminho, 2000.

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Maria Keil diz que… from Cata Livros on Vimeo.

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Bom regresso às aulas!

Posted by MDLR em Setembro 11, 2011

Fonte da imagem; ver livro aqui 
Livro de leitura da primeira classe. Lisboa: Papelaria Fernandes, 1967. Ilustrações de Maria Keil e Luís Filipe de Abreu

  • Livro de Leitura da 2ª classe  Lisboa: Editora Educação nacional de Adolfo Machado, 1968. Ilustrações de Maria Keil e Luís Filipe de Abreu
  • A não perder, no Portal da Secretaria-Geral do Ministério da Educação e Ciência, nas páginas dedicadas ao Património Educativo a exposição virtual de Manuais (in Ensino e Práticas de Leitura 2 ). Sendo o mais antigo da exposição datado de 1853, está nestes manuais bem patente, entre outros aspectos, a evolução ortográfica da nossa língua.

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Florinda & o Pai Natal

Posted by bibliobeiriz em Dezembro 10, 2010

de Matilde Rosa Araújo e Maria Keil publicado pela Calendário de Letras : um livrinho a incluir na lista de prendas.
Excerto transcrito do artigo de Rita Pimenta, “Os livros de Matilde” (in Público- 26.07.2010) :
«Dezembro. Mês de frio, muito frio. Dias de chuva e de gelo. Florinda vinha da escola, atravessava o Jardim da Estrela. Jardim tão bonito, mesmo no Inverno!
O cachecol enrolado em volta do pescoço, tapando-lhe um poucochinho o nariz vermelho de frio. As botas de cabedal (castanho como o tronco das árvores) protegian os seus pés de menina. Menina de oito anos, que já sabia ler. E bem. Que alegria, quando começou a juntar as letras! Ler. Escutar as letras no papel do caderno, do livro, na lousa do quadro.
Conversar com elas.
Ler alto ou em silêncio.
Afagou a malinha da escola, que trazia presa ao ombro.
Ah! Mas que frio!
Mas não era para estranhar. Em Dezembro é sempre assim. E o Sol, nos dias em que brilha, é como se uma mão amiga nos afagasse.
Florinda gostava de atravessar o jardim. Às vezes vinha acompanhada por colegas da escola, outras vezes eles tomavam outro caminho.
– Psht… menina!
Olhou para o banco de jardim, de onde vinha o chamamento. Nele estava sentado um Pai Natal, vestido com um balandrau vermelho, a mão direita a segurar uma dezena de balões. Um verdadeiro arco-íris. Balões de todas as cores, agitados com o ventinho da tarde.
Ah! O Pai Natal! O Natal está à porta, embora ainda tenha escola…
Florinda, timidamente, aproximou-se do banco. Lembrou-se dos conselhos da avó, sempre preocupada:
– Florinda, nunca fales com desconhecidos. Ouviste?
Em silêncio, continuava a ouvir a avó. Não fales com desconhecidos…
– Queres comprar-me um balão, menina?
Florinda aproximou-se mais. Ficou parada, hesitante, sem saber o que dizer.
– Sabe, menina? – confidenciou o Pai Natal. – Estou cansado. Muito cansado. Sentei-me aqui porque já me doíam muito os pés. Não se quer sentar um bocadinho?
Florinda hesitou. Embora Pai Natal, sempre era um desconhecido. (…) » (aqui)

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Pelo S. Martinho …

Posted by MDLR em Novembro 11, 2010

 ·Pelo S. Martinho abatoca o pipinho.
· Pelo S. Martinho castanhas assadas, pão e vinho.
· Pelo S. Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.
· Pelo S. Martinho nem nado nem no cabacinho.
· Se o Inverno não erra o caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho.

Imagem do livro ilustrado por Maria KeilO Outono é tempo a envelhecer de Maria Isabel César de Anjo. (Lisboa : Sá da Costa, 1981. 2a ed .)

Para saber mais sobre o s. Martinho, clicar aqui

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Maria Keil homenageada

Posted by MDLR em Julho 14, 2009

capalivro-overão éotempogrande-mariakeil Com esta imagem sugestiva -e muito apropriada para as férias (ilustração de Maria Keil para a capa do livro O Verão é o Tempo Grande de Maria Isabel César Anjo)-  associamo-nos à homenagem a uma das nossas ilustradoras preferidas, no dia em que lhe foi entregue o Grande Prémio Aquisição /2009 – “um galardão que distingue, anualmente, um artista com obra representativa na pintura, escultura e arquitectura” (fonte) – atribuído em Abril, pela Academia Nacional de Belas Artes .

Apontadores:
Notícia no Público e entrada no blogue Letra pequena sobre o evento.
-“Artista ou operária?” entrevista por Rita Pimenta (Pública, 15 de Julho de 2007)
-Artigo sobre esta multifacetada artista -“pintora, ilustradora, decoradora de interiores, designer de mobiliário, ceramista, cenógrafa e figurinista, autora de tapeçarias e de composições azulejares“- no tipografos.net
-Páginas dedicadas à obra infantil da ilustradora, na BN.
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Na nossa BE temos os seguintes livros com a marca de Maria Keil
(ordenação cronológica por data de edição, via BN):

  • Os presentes / Maria Keil. Lisboa : Livros Horizonte, 1979.
  • Lote 12, 2o frente / Alice Vieira ; il. Maria Keil. 2a ed. Lisboa : Caminho, 1983.
  • O gato dourado / Matilde Rosa Araújo ; il. Maria Keil. Lisboa : Horizonte, 1985.
  • O palhaço verde : novela infantil / Matilde Rosa Araújo ; il. Maria Keil. 5a ed. Lisboa : Livros Horizonte, 1995.
  • O livro de Marianinha : lengalengas e toadilhas em prosa rimada / Aquilino Ribeiro ; il. Maria Keil. 2a ed. Venda Nova : Bertrand, 1993.
  • A abelha Zulmira / Teresa Balté ; il. Maria Keil. 3a ed. Porto : Asa, 1998
  • As cançõezinhas da Tila / textos Matilde Rosa Araújo ; il. Maria Keil ; partituras Fernando Lopes Graça. 1a ed. Porto : Civilização, 1998.
  • Segredos e brinquedos / Matilde Rosa Araújo ; il. Maria Keil. Lisboa : Caminho, 2000.

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Noite de Natal

Posted by bibliobeiriz em Dezembro 24, 2008

 

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Imagem: reprodução do de uma ilustração de Maria Keil> para a 1ª edição >  de A Noite de Natal , de Sophia de Mello Breyner Andresen, em 1959.

in Calendário Ilustrado 2008 >, da Associação para a Promoção Cultural da Criança ( APCC )

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