Este é um “retrato de família” dedicado ao Dia de hoje. Clica na imagem para acederes à nossa prateleira virual do Goodreads.
Na biblioteca, saltaram para fora das suas prateleiras habituais e reuniram-se em alegre convívio na estante dos destaques. à mão de folhear. Boas leituras!
Na contracapa: «Este livro reflecte criticamente sobre um assunto que, quer gostes, quer não, afecta a TUA vida – o facto de seres homem ou mulher.
Não há nada que um homem faça que uma mulher não possa fazer (melhor!). Mas as mulheres têm que trabalhar o dobro do que os homens trabalham para atingirem os mesmos objectivos. PORQUÊ?
Não te parece injusto que as mulheres continuem, em muitos casos e em muitas sociedades, a ser discriminadas no emprego, que tenham de conciliar todo o trabalho doméstico com a carreira profissional, que o acesso a cargos de poder lhes seja dificultado ou que ocupem uma percentagem ínfima dos cargos governamentais? Por que razão distingue a nossa sociedade os indivíduos de acordo com o sexo e não de acordo com a competência?
Todas estas questões têm sido levantadas no percurso da luta pelos direitos das mulheres, pelo que o mundo de hoje é muito menos um mundo dos homens. É bem melhor ser mulher hoje em dia do que o foi durante muitos e muitos anos. Lê este livro e descobre PORQUÊ.»
*Na nossa Biblioteca há 25 exemplares deste livro de modo que a leitura e discussão de algumas passagens nas aulas é, para além de aconselhável… possível!
Sugestão de “trabalho” com base no livro: elaboração de indíces (temáticos, cronológicos, de autores, de acontecimentos históricos, de passatempos e outros assuntos abordados na obra) até porque esta carece, incompreensivelmente, de qualquer tipo de índice ou sumário ;-(
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O vídeo que te propomos, também tem a ver com a (des)igualdade dos géneros e o seu cariz cultural. Trata-se de uma publicidade idealizada pela Ariel (produtos de limpeza), em que mostra um avô/pai/marido a a tomar consciência do modo como a educação e a cultura são injustas ao determinar qual o papel das mulheres e dos homens na partilha das tarefas domésticas.
Longe vão para nós, que vivemos nesta parte do mundo, os tempos em que, como dizia o provérbio “A fiar e a tecer ganha a mulher de comer.” Atualmente, em Portugal, as mulheres podem “ganhar a vida” exercendo um grande número de profissões. (A título de curiosidade, vê esta lista publicada no site IEFP)
Mas, em outros lugares do mundo, e não só em países pobres, as mulheres não têm o direito de exercer as profissões que gostariam, não têm o direito de votar (entre outros direitos que temos como adquiridos como, por exemplo, o simples direito de tirar a carta e conduzir…).
Na biblioteca, a nossa árvore enfeitou-se com alguns dos livros que expusemos sobre o tema. Informa-te.
Quem fez ao sapo o leito carmesim
De rosas desfolhadas à noitinha?
E quem vestiu de monja a andorinha,
E perfumou as sombras do jardim?
Quem cinzelou estrelas no jasmim?
Quem deu esses cabelos de rainha
Ao girassol? Quem fez o mar? E a minha
Alma a sangrar? Quem me criou a mim?
Quem fez os homens e deu vida aos lobos?
Santa Teresa em místicos arroubos?
Os monstros? E os profetas? E o luar?
Quem nos deu asas para andar de rastros?
Quem nos deu olhos para ver os astros
– Sem nos dar braços para os alcançar?!… (fonte) Florbela Espanca, in Charneca em Flor
Ver obra digitalizada (Biblioteca Digital do Alentejo)
No Dia Internacional da Mulher, que hoje se comemora, e em jeito de homenagem a Florbela Espanca (1894–1930), uma das mais singulares figuras femininas da Literatura Portuguesa.
Bem escolhida foi a data para a estreia do filme sobre a sua vida, de cujo site se transcrevem as seguintes linhas:
«Florbela Espanca é uma figura incontornável da literatura portuguesa do séc. XX. Alentejana de berço, em conflito com o seu tempo, a jovem poetisa escandalizou a sociedade da época, com sucessivos casamentos e divórcios, uma maneira audaz de vestir, e uma personalidade emancipada. Mulher forte e determinada, escreveu o que sentiu, o que amou, o que sofreu. Talvez tenha sido pela própria forma como veio ao mundo, nessa madrugada de 8 de Dezembro de 1894 em Vila Viçosa, quando foi registada como filha ilegítima e de pai incógnito. O destino corrigiu a mão, e o pai acabou por educá-la, dando-lhe uma educação literária pouco comum às mulheres da sua condição social. João Espanca era fotógrafo e projeccionista amador, levando-a a crescer num meio artístico e contribuindo financeiramente para a primeira edição do seu livro de sonetos ‘O Livro das Mágoas’ em 1919.» (fonte site dedicado ao filme)