No dia 25 de abril comemora-se o Dia da Liberdade.
Aqui fica um pequeno vídeo que explica “num minuto” a importância desta data.
E porque a brincar também se aprende, testa os teus conhecimentos sobre o 25 de abril com os jogos e passatempos que selecionamos para ti.
Clica nas imagens:
Este ano, sugerimos mais estes recursos: >palavras cruzadas de Paulo Freixinho, para fazer on line. > um pequeno vídeo de animação da RTP, sobre como era “antes” do 25 de abril, o regime político de então e o “depois” do 25 de abril, > e ainda os seguintes apontadores: Ensina.rtp 25 de abril –uma série de vídeos do canal Ensina.rtp, nomeadamente os que integram o Dicionário de Abril, e Memórias da Revolução –um friso cronológico multimédia interativo, também da RTP , que percorre os momentos mais importantes que vão do “25 de Abril 1974” ao “28 de Novembro 1975”.
25 de Abril de 1974- ensina. RTP
Memórias da Revolução: Do 25 de Abril 1974 ao 28 de Novembro 1975
O 25 de abril sempre foi comemorado na nossa escola e o blogue da BE cumpre a sua função de registo de memórias e recursos. Carregar na imagem para ver.
Poema original “Balada para los poetas andaluces de hoy” (1953) de Rafael Alberti – poeta andaluz de origem toscana que esteve exilado em Itália e na Argentina- musicado por Manolo Díaz [1970] interpretado pelo grupo espanhol Agua Viva (fonte Canzoni contro la guerra )
Painel com os retratos de “Gente de Abril” e cartazes com ilustrações sobre o 25 de Abril. (pelos alunos do 2º ciclo orientados pelos professores de EV/EVT).
Atividade integrada na Comemoração dos 40 anos do 25 de Abril.
Esta terá sido a canção preferida da mãe de Zeca Afonso, de acordo com Arménia Moutinho Rua, autora do site de onde se retirou a imagem com o poema . E com ela terminamos a lista dos 25 poemas e canções para o 25 de Abril. É uma escolha deliberada: as revoluções, que se prezam e importam, fazem- se para que todos os meninos dos “bairros negros” possam “tirar os olhos do chão”.
Como explica Zeca Afonso: «A negritude de que fala o poema existe nos estômagos diagnosticados por Josué de Castro no seu livro “Geopolítica da Fome” » (fonte: Verso dos Versos)
Sobre a identidade do menino e do bairro que inspiraram o poeta leia- se também um elucidativo comentário publicado aqui : «Há pelo menos um livro onde na 1ª pessoa José Afonso esclarece onde se inspirou para esta canção – Livra-te do Medo-Estórias e Andanças de ZECA AFONSO – de José A. Salvador, página 79: – MENINO DO BAIRRO NEGRO NASCEU NO PORTO— e o Porto ? : – O Porto foi para mim fundamental. Ia muitas vezes lá porque tinha amigos. Um deles ó Godinho que me deu a conhecer a cidade : a Ribeira , o Barredo. Tudo aquilo me chocou de uma maneira espantosa. A primeira vez que cheguei ao Porto depois de várias boleias era de noite… Num dos bairros da Ribeira, vejo quatro tipos a urinar para dentro de uma lata . Era uma cena altamente surrealista, mas muito tripeira. Lembro-me de ter visto os meninos que pululavam por aquelas ilhas . Foi uma coisa que eu pensei que só existisse nos filmes . . . O conhecimento do Porto de todas estas realidades é que me deu o tema do – Menino do Bairro Negro – Expliquei mais tarde que negritude de que falava a canção , não dizia respeito à cor da pele, mas à condição de meninos explorados diagnosticados por José Castro no seu livro Geopolítica da Fome .»
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Como se referiu no início, com esta canção perfaz-se o número de vinte e cinco: “25 poemas e canções para o 25 de Abrill” (série iniciada em abril de 2010, no ano em que se comemoram os “Oitenta anos de Zeca Afonso”, e que na altura ficou incompleta).
Foi uma escolha limitada, tendo ficado de fora algumas canções e poemas importantes sobre o tema. Para colmatar essa falta aconselha-se, por exemplo, o interessante programa Os Dias Cantados, em curso na Antena 2, assim como a completíssima página intitulada Poesia útil e literatura de Resistência de José Carreiro (entre outros).
Altura oportuna para relembrar a versão interativa do Cata Livros, da reedição deste pequeno conto de Matilde Rosa Araújo, publicado pela primeira vez em 1983 conjuntamente com A Velha do Bosque.
Como refere Ana Margarida Ramos na sua recensão na Casa da Leitura: «(…)editado autonomamente pela Caminho, com soberbas ilustrações de João Fazenda. A obra merecia este tratamento pela qualidade do texto e pela temática seleccionada. A autora cruza a dimensão simbólica com a histórica, criando uma metáfora particularmente expressiva da libertação ocorrida em Portugal a seguir ao 25 de Abril.»
Ver mais sobre o 25 de Abril no Scoop.it da Biblioteca
Alguns meios de comunicação têm disponibilizado dossiês relativos ao 25 de abril e à comemoração dos 40 anos da “Revolução dos Cravos”. Aqui ficam os apontadores.
A canção de hoje do programa da Antena 1 Dias Cantados
Manuel Freire«Em 1969 aparece no programa Zip-Zip onde lança Pedra Filosofal, com poema de António Gedeão, que popularizou e cuja interpretação lhe valeu o Prémio da Imprensa desse ano, em conjunto com Fernando Tordo.»Fonte
——— Pedra Filosofal
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso,
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos,
que em oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho alacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que foça através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara graga, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, paço de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão de átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que o homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.